Este terceiro volume é aquele que confronta o leitor com a verdadeira extensão de toda a obra. É quase como olhar para o nosso prato ainda cheio quando nos começamos a sentir mais do que saciados, e a visão daquilo que ainda falta consumir surge-nos quase como um pesadelo... Certamente que essa comparação não é a mais laudatória com que começar este artigo, mas é honesta porque se eu tivesse de apostar diria que este volume, embora contenha os seus aspetos positivos, é o pior de toda a obra. De um ponto de vista geral é decididamente marcado pela típica indulgência proustiana, esta coisa de entrar por um devaneio e só sair dele ao fim de dezenas de páginas. E enquanto que os dois primeiros volumes contêm bastantes reflexões intimas sobre a memória e sobre os retratos psicológicos das várias personagens, ou seja, o maior talento de Proust, este volume foca-se muito mais na vida de alta sociedade na qual o protagonista é inserido, agora com mais seriedade. Além disso, as paixões infantis...