Skip to main content

Posts

Showing posts from August, 2023

A Minha Interpretação Pessoal de “Uma Após Uma as Ondas Apressadas” de Ricardo Reis

É sempre um bocadinho estranho pensar em Ricardo Reis logo a seguir a Álvaro de Campos, mas foi essa a ordem que escolhi há já muito tempo e é nessa ordem que agora continuo. É estranho porque implica passar de um poeta tão aceso e aleatório para um poeta sóbrio e calmo, mas também por outro lado talvez isso faz algum sentido como uma pausa antes de passar para o Livro do Desassossego. E quanto a este Reis em si também ele foi o meu heterónimo favorito porque em tempos foram todos, acho que sempre alternei constantemente. O motivo para favorecer Reis foi o seu estoicismo e epicurismo, duas correntes filosóficas que aprovei e que tentei adotar relativamente cedo no meu percurso filosófico, se é que a palavra ainda se aplica ou alguma vez se aplicou... Só que hoje em dia já não sei, acho que ironicamente até o estoicismo tem qualquer coisa de estranho, como que uma aceitação tácita do pessimismo, mas hei de escrever mais sobre isso qualquer dia. Por agora ocorre-me apenas uma coisa, qu...

A Minha Interpretação Pessoal de “Acordo de Noite” de Álvaro de Campos

Não me apetece escrever isto, não, por qualquer motivo não me apetece mesmo nada escrever isto... Mas devia-me apetecer porque este heterónimo é o mais interessante ou talvez o meu favorito, se bem que eu próprio seja muito inconsistente em relação a isso, até porque sou inconsistente em relação a muitas coisas. Talvez a única consistência da natureza humana seja a natureza humana ser inconsistente... Mas enfim, quanto a este poema escolhi-o há já algum tempo, tal como disse antes quando decidi desfazer-me dos meus livros de Fernando Pessoa. Este livro em particular de Álvaro de Campos, assim como o de Ricardo Reis, lembro-me vivamente de o ter comprado quando estava no primeiro ano da universidade, numa tarde de chuva quando depois da aula fui a uma livraria com um amigo. Já não penso muito nesse meu amigo, tenho só uma vaga ideia do que é feito dele. Só sei, porque não posso senão saber, que entretanto aconteceram muitas mais coisas na vida dele do que na minha, e por isso a memória...

A Minha Interpretação Pessoal de “Se Eu Morrer Novo” de Alberto Caeiro

Em continuação com o artigo anterior, que foi o meu décimo primeiro artigo sobre Fernando Pessoa aqui neste blogue, continuo agora com Alberto Caeiro. E querendo fazer disto uma coisa sequencial acho que não me apetece muito escrever introduções genéricas de cada vez, e apetece-me antes escrever assim, como que de improviso... Até porque já não estou na escola, não faço isto como trabalho de casa, não estou à espera de receber uma avaliação nem de impressionar uma professora. Só estou à espera de escrever só mesmo porque sim, como que para relembrar e quase que para celebrar, agora que já não tenho os mesmos livros de Fernando Pessoa e já nem sequer estou na escola. E quanto a isso talvez o pensamento ocorre-me porque esta coleção de livros em particular, daquele heterónimo que Pessoa considerava o mestre, adquiri-o mesmo antes de começar a universidade, talvez duas ou três semanas antes, e por isso é que eu agora aqui, tão incapaz de pensar numa introdução para este artigo, não penso...